O papel dos drones na cobertura de shows e festivais: como garantir segurança, legalidade e respeito
- Marcos Kulenkampff
- 17 de set.
- 3 min de leitura

O que são drones e como são usados em shows e festivais
Drones são veículos aéreos não tripulados controlados remotamente ou de forma autônoma, equipados com câmeras, sensores ou luzes. Nos shows e festivais, eles podem ser usados para:
captar imagens aéreas impressionantes — visão panorâmica da plateia, iluminação, efeitos visuais;
fazer transmissões ao vivo de ângulos diferenciados;
auxiliar na logística — monitoramento de multidões, reconhecimento de áreas críticas;
cuidar da segurança — sobrevoar perímetros para detectar incidentes ou deslocamentos perigosos.
Por que o uso de drones em eventos é importante, mas exige cuidado
A cobertura com drones agrega muito valor:
Produz conteúdo visual de alto impacto para mídia, redes sociais e material promocional.
Aumenta o engajamento do público e amplia o alcance do evento.
Melhora a visibilidade para patrocinadores e possibilita mostrar o evento em diferentes perspectivas.
Por outro lado, há riscos reais: invasão de privacidade, acidentes aéreas, colisões, interferência com outros voos e infração de normas legais.
Normas, segurança e consentimento: o que considerar
Para operar drones legalmente no Brasil, especialmente em shows e festivais, é preciso estar atento a diversos requisitos:
Normas do DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo)
Solicitar autorização ou registro previstos pela regulamentação (ex: VANTs, voo em espaço controlado).
Obter licença específica se o voo ocorrer próximo a aeroportos, helipontos ou em espaços aéreos restritos.
Seguir regras de altura máxima, horários permitidos e trajetórias seguras para evitar interferência com outras aeronaves.
Segurança operacional
Uso de operadores treinados e certificados.
Plano de voo definido antecipadamente, analisando obstáculos (cabos, iluminação, estrutura metálica) e fatores climáticos.
Equipamentos em bom estado, com redundâncias se possível (baterias extras, controle de falhas).
Consentimento dos participantes
Avisar o público de que drones serão usados — sinalização visível e clara, por exemplo nos ingressos ou na entrada do evento.
Garantir que pessoas que não queiram aparecer nas imagens possam se manifestar ou evitar áreas de gravação.
Respeitar direitos de imagem conforme lei brasileira: ninguém pode ser filmado contra sua vontade de modo que viole sua privacidade.
Responsabilidade legal em caso de infração ou dano
Quem contrata o serviço de drone, bem como patrocinadores, podem responder judicialmente ou administrativamente:
Se houver danos físicos a pessoas ou bens, quem contratou pode ser civilmente obrigado a reparar.
Se violadas normas do DECEA, podem haver sanções como multas, apreensão do equipamento ou até responsabilidade penal dependendo da gravidade.
Patrocinadores também podem ser responsabilizados especialmente se souberem do uso irregular ou se fizerem parte da logística ou divulgação do drone.
Como implementar cobertura com drones de forma legal e segura
Aqui vai um passo a passo para organizadores e profissionais que desejam usar drones em shows ou festivais:
Planejamento inicial
Mapear o local do evento: verificar espaços aéreos, identificar perigo de interferência com tráfego aéreo.
Contratar empresa especializada ou operador qualificado.
Obter autorizações legais
Registrar voo no DECEA ou órgão competente.
Solicitar alvarás municipais ou licenças locais, se aplicável.
Treinamento e certificação
Verificar se o piloto possui certificações exigidas (ex: ANAC ou órgão aéreo civil relacionado).
Conhecer normas de segurança, regulamentos de espaço aéreo e uso de imagem.
Comunicar ao público
Inserir cláusulas no ingresso informando uso de gravação aérea.
Sinalizar entradas ou áreas com drones.
Disponibilizar canal para dúvidas ou reclamações de participantes.
Monitoramento e seguro
Fazer seguro para danos a terceiros.
Ter plano de contingência para falhas técnicas ou condições climáticas adversas.
Conclusão
Drones podem transformar radicalmente a cobertura de shows e festivais — captando momentos únicos, ampliando visibilidade e oferecendo conteúdos impactantes. Mas essa tecnologia exige responsabilidade: estar em conformidade com normas do DECEA, obter consentimento dos participantes, garantir segurança física e legal. E lembre‑se: se houver infração, a responsabilidade não recai apenas sobre o piloto, mas também sobre quem contrata e sobre os patrocinadores.
Comentários